A Polícia do Paraguai prendeu nesta segunda-feira seis brasileiros suspeitos de envolvimento no ataque a tiros que matou a filha do governo de Amambay, no Paraguai, e outras três pessoas na manhã de sábado. O crime ocorreu em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o estado do Mato Grosso do Sul.
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Segundo a emissora paraguaia ABC, os suspeitos foram identificados como Hywulysson Foresto; Juares da Silva; Luis Fernando Armando e Silva Simões; Gabriel Veiga de Sousa; Farley José Cisto da Silva Leite Carrijo e Douglas Ribeiro Gomes. O grupo estava em uma casa numa área conhecida como Villa Estefan, na mesma cidade. Três veículos que estavam no local também foram apreendidos.
A polícia encontrou na noite de domingo um carro incinerado que teria sido utilizado pelo autores do crime. A investigação aponta que as mortes seriam resultado de um acerto de contas entre traficantes.
O alvo seria apenas um dos mortos, identificado como Osmar Alvarez, conhecido como “Bebeto”. As demais vítimas foram Haylee Carolina Acevedo Yunis, filha do político paraguaio e as brasileiras Kaline Reinoso de Oliveira e Rhamye Jamilly Borges de Oliveira.
— Estamos verificando todos os dados, há muitas imagens que estamos verificando. Aparentemente, um dos detidos se parece muito com um dos assassinos. Por outro lado, o caminhão que foi queimado na noite passada não foi relatado como roubado, mas encontramos fotos de que estava nesta casa. Durante o dia, há muitas análises que temos que fazer para coletar mais informações adequadamente — afirmou à ABC o policial César Silguero, chefe da investigação.
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Família já foi alvo de atentados
A morte de Hayllee Acevedo reviveu outros atentados sofridos na família do governador Ronald Acevedo. Ele formava um clã político com os dois irmãos, José Carlos Acevedo, que concorreu ao cargo de prefeito de Pedro Juan Caballero neste ano, e do ex-deputado Robert Acevedo, vítima da Covid-19 em fevereiro.
Conforme o jornal La Nación, em abril de 2010, Robert foi alvo de um ataque a tiros enquanto fazia uma viagem de carro. Atingido por dois disparos, foi socorrido em um hospital e sobreviveu. O motorista e o zelador que o acompanhavam não resistiram.
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Na época, o político afirmou que o ataque foi uma resposta a denúncias feitas pro ele contra o narcotráfico. A oposição, por outro lado, acusa a família de envolvimento em negócios relacionados à venda de armas, drogas e cigarros. Robert sempre negou as acusações.
Outro atentado foi registrado contra a família em setembro de 2016. Na época, criminosos atiraram granadas contra a sede da rádio AM 570, propriedade da família Acevedo. Os dispositivos não explodiram e foram retirados do teto posteriormente.
Já em 2018, mais uma vez o ex-político foi alvo de atiradores quando trafegava em um carro. Na ocasião, um policial que trabalhava como segurança do ex-parlamentar morreu.
Fonte: Fonte: Jornal Extra